segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Realizado 1º casamento no Morro Redondo

Não se assustem, não virei colunista social, o Diário está bem representado nesta área por Armando Bello, muito menos virei fotógrafo de casamento, deixo isso para amigos mais competentes como o Bruno Guimarães, mas, este é um registro de um momento histórico, que merece ser retratado neste ensaio na Expressão. É o primeiro casamento realizado no Morro Redondo, local cuja história religiosa já soma mais de 100 anos. E quem teve essa honra foi minha amiga de infância, Advir dos Anjos Santos e seu noivo, Samuel Dias Fonseca, no dia 17 de setembro.
Como fui eu o mentor e coordenador dos trabalhos de revitalização do Morro Redondo, Advir, que é mais conhecida como Tu, me intimou para registrar em fotografias este momento especial de sua vida, tentei esquivar, mas, não teve jeito e lá fui eu com a minha Nikon para assumir esta Responsabilidade, com r maiúsculo mesmo.
Para casar num local tão especial e ainda em obras de revitalização teve uns sacrifícios, tanto para a noiva como para os convidados. Nada de salão de beleza com diversos recursos e espaço, ela arranjou lá mesmo num espaço em construção que servirá de ponto de apoio para o Santuário Senhor do Bonfim. A noiva, maquiadora, estilista, curiosos, produtos para maquiagem, secador de cabelo, as roupas para a cerimônia tudo estava ali no cômodo de 4x6m disputando espaço com estandartes do templo, arreio e materiais de construção.

O primeiro sacrifício da noiva foi tomar um banho gelado da água que sai de uma nascente e vai diretamente para o Morro Redondo. Os 230 metros de distancio do estacionamento até o cume da serra só é feito à pé; e a trilha, é cheia de areia e de pedras soltas, então, as convidadas não poderiam nem pensar em fazer este trajeto usando o salto alto que a ocasião pedia, a solução foi usar uma sandália rasteirinha e depois, lá em cima, calçar a da cerimônia. Tu não estava preocupada com este pequeno sacrifício dos convidados, apenas com sua mãe, de 88 anos. Mas, a dona Advir Arcângela tirou de letra a subida do Morro Redondo, não aceitou nem que outras pessoas lhe dessem a mão e chegou lá no alto tirando prosa enquanto outros mais jovens reclamavam.
O terno preto do padrinho mais ilustre, o prefeito, João Izael, também foi vestido no topo da serra. O vento forte do mês de setembro, ameniza o calor da tarde, mas, em compensação assanhava o cabelo dos convidados e até levantava a saia da irmã da noiva. Enquanto aproximava a hora tão aguardada o estilista Ronaldo Silvério dava os últimos ajustes no vestido criado por ele e aumentava o nervosismo da noiva.
A igreja e o cerimonial estavam impecáveis graças ao trabalho da colega de trabalho de Tu, Magui Ferreira. Tudo pronto 95% dos convidados dentro do Santuário a noiva já pode aparecer, antes, porém mais uma demonstração de devoção da Tu que é até madrinha de guarda de Marujos, um beijo no estandarte do Senhor do Bonfim. E lá foi ela realizar seu sonho. Quanto à cerimônia religiosa prefiro não entrar muito em detalhe para não delongar muito o texto apenas que os noivos estavam radiantes de alegria, havia madrinha chorando de emoção, que a porta aliança foi a mãe da noiva e que o casamento foi realizado por dois celebrantes: padre Chico Guerra e José Ivanir Américo.
Não posso deixar de registrar que durante a cerimônia Ivanir fez uma homenagem especial a artista plástica, Vilma Nöel autora da imagem do Senhor do Bonfim do Santuário, do Espírito Santo que orna a fachada deste templo e do anjo “O Destino” que baila no topo do Morro Redondo. “Ela é minha amiga do tempo de seminário, realizamos muitos trabalhos em Dionísio durante as férias. Nossas férias eram aguardadas com muito entusiasmo pelo povo, pois a cidade era movimentada com a presença de Vilma e a nossa. Então, eu fico feliz com essa obra maravilhosa que ela realizou aqui no Morro Redondo. Faço votos que ela continue brilhando em todos os países por onde ela está deixando a marca sua de artista. Vamos dar uma salva de palmas para ela”, conclamou Ivanir.

Texto publicado originalmente na coluna Expressão, do Diário de Itabira, dia 25/9/2011
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