Festa de Santa Cruz: o colorido da fé

Matéria publicada na coluna Expressão, dia 20 de maio

Peregrinos e marujeiros chegam ao Santuário Senhor do Bonfim - Foto Roneijober

Como prometido na semana passada eis a outra história.
Os peregrinos de Santa Cruz foram recebidos no cume do Morro Redondo com o júbilo dos dançantes de duas Guardas de Marujos de Nossa Senhora do Rosário, uma do bairro Água Fresca e outra da região da Serra dos Linhares. Passava do meio-dia quando os últimos peregrinos chegaram, depois de mais de quatro horas de caminhada. O cruzeiro principal, todo colorido, destacava em contraste com o céu azul. Os enfeites apagam a imagem de dor que a cruz pode transmitir e reflete a alegria do amor que o Cristo nos deixou. O padre, José Marcelino Magalhães Filho badalava em tom festivo o sino do Santuário Senhor do Bonfim chamando os fiéis, entre eles o prefeito João Izael, para mais uma ação de fé, participar da cerimônia eucarística.

 A missa festiva começa, o Santuário é pequeno para tanta gente. Do lado de fora também há aglomeração de gente para ouvir as pregações do padre Marcelino. Em cada rosto a serenidade que o momento pede. O momento das músicas os violões de Sebastião Caeté e Santos Benevides ditavam o tom acompanhado de um ou outro pandeiro dos dançantes das guardas de marujos.
 Chega o momento da comunhão. O padre roda o templo distribuindo hóstias e na volta exibe a âmbula vazia, mostrando que mais fiéis do que o previsto comungaram. Após este momento uma surpresa para os presentes: o “barítono martin”, Clóvis Gontijo, que participou da caminhada de Santa Cruz entoou “Cantar del alma”, de Frederico Mompou, música baseada no poema de São João da Cruz. Para muitos ali presentes aquele era um momento ímpar, a primeira vez que ouviam ao vivo um cantor lírico.
A missa termina e os tambores passam a ditar o tom da festa além das duas Guardas de Marujos também teve a apresentação dos Meninos de Minas. As imagens destes momentos valem mais que mil palavras.