Música do Espinhaço no Morro Redondo – Ano IV

Músicas do Espinhaço num show carregado de boas energias - Foto Daniel Galhardo

A história religiosa do Morro Redondo data de mais de um século, a inauguração das obras de revitalização deste mirante natural, em 2010, marca o início de uma nova fase cultural deste patrimônio de Ipoema. Foi nesta festa, realizada em 23 de outubro de 2010, que o grupo Músicas do Espinhaço transformou o Morro Redondo em cenário de seu show pela primeira vez. Em 17 de agosto, a banda belorizontina fez mais uma
apresentação neste mirante, desta vez, um show diferente, acústico, realizado dentro do Santuário Senhor do Bonfim. O evento faz parte da turnê de lançamento do quarto CD: Janelas.

Fotos Roneijober Andrade

O líder da banda, Bernardo Puhler se sentiu realizado com o show. “Hoje, na minha cabeça, não existe um lugar tão exato pra cantar as canções do Espinhaço pra outras pessoas. Por isso estar pelo quarto ano seguido no Morro Redondo faz tanto sentido. Dessa vez as coisas aconteceram como sonhamos outrora, primeiro o tempo aberto clareado pela Santa Clara do Espinhaço, depois a comunidade podendo usufruir dos espaços que pensamos pra eles se auto-sustentarem e por fim um formato mais intimista, com canções que se adequam perfeitamente ao clima introspectivo do lugar.”, revelou o músico.

Varal de fotografias e artesanato compondo a paisagem do Morro Redondo 

Cerca de 150 pessoas prestigiaram o show. O Santuário ficou pequeno para tanta gente, além de ipoemenses e visitantes vindo de Itabira, Belo Horizonte, Caeté e Divinópolis, entre outras cidades de Minas Gerais o evento atraiu pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro e até Florianópolis. Além do show teve artesanato de Rosane Palha e varal de fotografias com a participação de: Cleber de Assis, Orlando Ramos, Valério Adélio, Stael Azevedo, Renata Ferreira Rocha, Consuelo Abreu, Sérgio Mourão, Terezinha Souza, Daniel Galhardo e eu, é claro.

Com as bençãos do Senhor do Bonfim e de Santa Clara mais um show do Músicas do Espinhaço

Costumo brincar de classificar o ritmo do Músicas do Espinhaço como: Música Popular das Montanhas de Minas (MPMM), por isso, a banda vem atraindo um seleto grupo de fãs que também são amantes da natureza. Quem atesta isto é a geógrafa de Florianópolis, Haliskarla Moreira de Sá. “Músicas do Espinhaço descortina com poesia e delicadeza as maiores riquezas de Minas Gerais. Através de suas músicas viajamos por lugarejos protegidos pela imensidão de suas montanhas, descobrimos novas trilhas, paisagens, culturas e sabores. E foi assim com Morro Redondo, quando ouvia a música ficava imaginando como seria bom vivenciar tudo isso e esse show foi de certa forma a materialização de tudo isso. Fiquei encantada com o lugar, com sua paisagem (um mar de morros), um pedacinho do céu. Parti com a certeza de voltar”, alegou.

O itabirano, Alexandre Garcia, da Ver de Perto Aventuras, destacou a importância de eventos como este que promovem o turismo sustentável. “O show e a banda são de altíssima qualidade, a acústica literalmente divina, astral abençoado na presença de diversificadas pessoas de bem. Como sempre o empenho de Roneijober e seus colaboradores ipoemenses conseguiram com total sucesso aumentar o prestígio do atrativo turístico religioso e contemplativo que é o Morro Redondo. Não posso esquecer do delicioso feijão tropeiro que como regional veio deixar ainda mais gostosa a tarde. Ressalto que iniciativas sustentáveis como esta, deixam um bom legado à comunidade ao dar oportunidades aqueles que não a possuem”.

O grupo Músicas do Espinhaço é composto por: Bernardo Puhler (voz, violão, piano e flauta transversal) Gustavo Campos (percussão, efeitos e voz), Matheus Félix (violino e bandolim), Rafa Furst (bateria, violoncelo, viola caipira e voz) e Zé Mauro (baixo, violão e voz). No Morro Redondo eles executaram as composições próprias: Ayodhia, Pedra do Elefante, Poço Encantado, Pai de pai, O correr da vida, Lago, Pela montanha, Seu Zué, Varanda, Fé sempre-viva, Borboletar / Delicadeza, Mão do sol, Morro Redondo, Perereca-de-pijama e Cabeça de Boi além de “Cálix Bento” do folclore brasileiro. Um dos momentos mais emocionantes do show foi quando o público cantou de braços dados a canção Morro Redondo.

Para a ipoemense, Tereza Celme Lage ouvir o som de um violino sendo tocado no Morro Redondo foi realizar um sonho. Sozinha, a paulista Camila Folk de Oliveira, pegou um vôo para Belo Horizonte e depois alugou um carro para chegar em Ipoema e também realizar um sonho. “Já conheci vários cantos de Minas, mas, confesso que o Morro Redondo foi o canto mais especial que até hoje encontrei. Poder segurar na “Mão do Sol” dentro da capela ouvindo os meninos do Espinhaço ao vivo foi realizar um sonho! A poesia e o som do Músicas do Espinhaço, as montanhas mágicas de Minas e o vento que eu senti no Morro Redondo vão me acompanhar e aquecer meu coração e minha vida na selva de pedra. Que Deus guie meus passos para um dia voltar!” contou Camila Folk.

De Belo Horizonte, Daniel Galhardo assistiu pela segunda vez um show da banda no Morro Redondo, pra ele é algo indescritível. “Falar de um show do Músicas do Espinhaço é difícil, tem que assistir pra sentir. A beleza de suas músicas tendo como um palco o Morro Redondo, é viver um momento impar!”
O Músicas do Espinhaço possui um projeto aprovado na Lei de Incentivo a Cultura Estadual para a gravação de um DVD ao vivo no Morro Redondo e está a procura de uma empresa para patrociná-lo. Quem habilita? Mais informações e músicas para baixar gratuitamente no site http://www.musicasdoespinhaco.com.br/.