Dia
30 de abril, lançamento do filme Cruzes ao Vento, de Afra Sana; em 1º
de maio, procissão de Ipoema ao Morro Redondo, comemorando a Festa de
Santa Cruz.
25/04/2016 08h17
Em uma data bem distante, Santa Helena, mãe de Constantino, primeiro
imperador católico de Roma, promoveu a pioneira Festa de Santa Cruz para
comemorar a descoberta daquela que seria a verdadeira “Cruz de
Cristo”. A partir do início do século 20, por volta de 1910, é
celebrada, em Ipoema, distrito de Itabira, Minas Gerais, Brasil,
precisamente na localidade de Morro Redondo, como em vários locais do
mundo, o evento com uma procissão que reúne fé e história.
O filme (55 minutos), de que sou proponente pela Lei de Incentivo
Fiscal, que conta também com a parceria do produtor Laudimir Vieira, tem
o incentivo da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Lei
Drummond) e a efetiva participação da Transportes Cisne Ltda. Antes de
mais nada, é preciso destacar a dedicação ímpar de duas figuras
dominadas por total amor à causa na Transportes Cisne : o gerente-geral
Albino Pinheiro e a secretária Eliana Moreira. Frise-se ainda a notória
importância de Juliana Carolina Alves Dias, então presidente do Conselho
Itabirano de Cultura para esse projeto executado. Em seguida veio o
atual presidente Marcos Alcântara.
Segundo a história, Santa Helena, ajudada pelo filho Constantino, então
imperador romano, e pelo bispo São Macário, de Jerusalém, visitou a
Terra Santa, e lá foi iniciada uma série de escavações na busca da cruz
até descobrirem o “Santo Sepulcro”, anteriormente coberto de entulho
pelos romanos. A data de 3 de maio de 326 d.C. ficou como marco da
descoberta.
E não é por menos que a sabedoria do povo ipoemense funcionou com
antecedência bem antiga, concentrada não só na sede do distrito, mas
também em Morro Redondo, onde foi erigida, há cerca de 100 anos, a
Capela do Senhor do Bonfim, reconstruída recentemente sob a supervisão
um tanto quanto barroca de Roneijober Andrade. Do trabalho de toda essa
nova estruturação, para retornar os acontecimentos ao tempo do Império
Romano, participaram e participam da mobilização pró-Morro Redondo a
maioria de moradores das localidades próximas: Cutucum, Montes Claros,
Cachoeira das Pedras, Chapada, Olaria, Mundo-Vira, Botica, Laranjeiras,
Ipocarmo, Duas Pontes, Cachoeira Alta, Carioca, Boa Vista, Mata Grande,
Bom Jardim, Conquista, Vargem dos Coutos, entre outros lugares,
incluindo turistas vindos de cidades do Brasil e do mundo.
A nova capela deu ar e vida à fé, e força à imaginação para que os
ventos soprassem na direção de um futuro promissor. As novas gerações
estão plenamente resguardadas, jamais terão um motivo qualquer para
perder de vista um fato importante ocorrido durante a regência do
Império Romano do Ocidente. Para ornamentar a grande realização, a
artista internacional Vila Nöel brindou com o seu trabalho dentro e fora
da capela: escultura “O Destino” na entrada e mais duas belas peças
que ornamentam a capela.
Deixei para o final a frase do título que é bíblica. Transportei-a para
o meu Dicionário de Leis Naturais, promovendo-a a lei intocável, porque
não se permite a um ser humano a transferência de funções aqui neste
ainda desconhecido mundo. Repetindo: a missão é individual,
personalizada, cada um carrega a sua cruz.
José Sana é jornalista e historiador
Texto publicado originalmente no site www.defatoonline.com.br
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