segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Texto do site www.defatoonline.com.br

CULTURA, RELIGIOSIDADE, TURISMO, HISTÓRIA
Morro Redondo, localidade de Ipoema, município de Itabira: aqui começa um novo tempo
25/10/2010 08H36
Inauguração da Capela do Senhor do Bonfim e implantação de obras de uma artista internacional foi fechada pela última Roda de Viola do ano
ANDRÉ NOGUEIRA/JOSÉ SANA
Foi um sábado perfeito o 23 de outubro de 2010. A comunidade itabirana, para engrandecer a sua história, agregar valores turísticos e registrar o alto nível de sua religiosidade, recebeu mais um presente para o futuro com a inauguração da Capela do Senhor do Bonfim, reconstruída e na realização da festa de Nossa Senhora do Rosário, evento transcorrido sobre o brilho do sol escaldante e do infinito aberto da altura de 1.200 metros do topo da montanha.
A inserção do monumento “O Destino”, de autoria da artista internacional Vilma Nöel foi o grande destaque da festa, teve a presença do prefeito João Izael Querino Coelho, do presidente da Câmara Neidson de Freitas, do vereador Paulo Chaves, do padre Ronaldo Silva Torre, do diretor do Instituto Estrada Real Baques Sanna, de representantes da Transportes Cisne e Polikini, de secretários e ex-secretários municipais, visitantes de várias partes do Brasil e do mundo e guardas de marujos que abrilhantaram o momento histórico.
Como vem ocorrendo nos últimos meses, mais uma vez o distrito de Ipoema ficou repleto, as pousadas completamente ocupadas e faltando lugar para centenas de visitantes. Este um assunto à parte, a Roda da Viola chega à sua condição máxima de atratividade e mostra que, agora, necessita de reestruturação, como lembrou o também presente secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Itabira, Raimundo Nonato Torres Moreira.
UM MORRO JUNTO AO CÉU
“Que este local seja, principalmente, de reflexão”, afirmou o vereador-presidente da Câmara Neidson de Freitas. “Que saibamos reconhecer que os cidadãos mais humildes de nossa comunidade tiveram participação ativa nesta obra”, declarou o prefeito João Izael. “Esta obra entra para o conjunto das mais importantes de minha vida pelo desafio com que foi executada”, comentou a artista plástica Vilma Noel, cercada por dezenas de familiares e amigos que chegaram de longe para prestigiá-la, à reportagem. Além de assinar a escultura, Vilma Nöel fez e doou um Divino Espírito Santo, instalado na fachada da construção agora com uma torre, e a imagem do Senhor do Bonfim, que reina dentro do templo religioso.
A missa, celebrada pelo padre Ronaldo Torre, teve instantes repetidos de agradecimento dos moradores que formam a Associação Comunitária Rural do Maná, Montes Claros, Morro Redondo, Cachoeira Alta, Campestre, Cedro e Laranjeiras. Para começar a festa, um cortejo de cavaleiros saiu da casa dos reis festeiros Taciano de Castro e Manuela Reis, em Ipoema, acompanhados pela Guarda de Marujos de Nossa Senhora Aparecida, até Morro Redondo, a 12 quilômetros.
Em momento destacado da solenidade festivo-religiosa, moradores locais premiaram com uma placa de prata o fotógrafo e empresário Roneijober Alves de Andrade que foi, além de proponente do incentivo da Lei Drummond para construção da escultura, um líder atuante junto aos padres Luciano Simões e Ronaldo Torre, à Prefeitura, que participou também ativamente, segundo ele próprio e mesmo à comunidade local para realização da obra. Ronei agradeceu e afirmou que a homenagem “tem que ser dividida com pessoas humildes, empresas locais e pessoas de outras regiões, que colaboraram para a construção do conjunto, trabalho iniciado em janeiro deste ano. “Vale lembrar que ainda temos que instalar os cruzeiros na extensão de 12 quilômetros, da sede do distrito ao pé da montanha”, disse o empresário a DeFato.
Após a missa e o levantamento da bandeira, com a participação dos festeiros e de marujos, houve uma rápida solenidade na porta do tempo, em que falaram o prefeito, o presidente da Câmara e a artista plástica Vilma Nöel. Além das emoções das palavras de cada orador, o destaque dessa parte ficou por conta dos meninos Aulízia e Victor, netos da laboratorista e poetisa Olga Vieira Brandão Duarte (que teve o seu poema “Morro Redondo” exposto em pedra ao lado do monumento “O Destino). As crianças declamaram poemas de autoria da avó, sob os aplausos gerais e emoção mostrada por muitos presentes.
O passo seguinte foi o descerramento de uma vasta cobertura, em pano especial, da escultura de dez metros de altura. Além da autoria da obra, também possível graças à aplicação da Lei Drummond — com recursos da Transportes Cisne — participou ainda a empresa Polikini, de Itabira, que doou a estrutrura metálica que faz parte do conjunto. Fechando a programação em Morro Redondo, houve shows com o grupo Músicas do Espinhaço e participação do Trio Trem de Minas e de Newton Baiandeira.
RODA DE VIOLA
Às 20 horas, houve abertura da Exposição Guerreiros Brasileiros no Museu do Tropeiro, cujo ponto de análise mostra o designer André Miamoto tentando traduzir a alma do homem rural brasileiro em seu cotidiano.
No início dos shows programados da Roda de Viola, a última promoção de 2010, ocorreu o tradicional Ritual do Fogo – que teve a participação do escritor e palestrante Carlos Solera, de Curitiba. Como destacou a diretora Eleni Cássia Vieira, “sua presença marcou um momento importante na história do tropeirismo, cujo objetivo maior é obter, junto à Unesco a Declaratória do Homem Tropeiro Brasileiro como Patrimônio Cultural da Humanidade”.
Com o segundo ponto alto, a presença de Vilma Nöel Engel, que dançou como uma criança e do campeão do berrante de Minas e São Paulo, Luiz Maya.Henry Laviola – voz, viola, percussão, de Manhumirim (MG), que desfilou o seu rico repertório da canção popular. O violeiro Chico Lobo, com trio acompanhado pelo percussionista Carlinhos Ferreira, teclados, e acordeon e vocais de Tatá Sympa, fez da festa, também, muita alegria.
A repetição do Trio Trem de Minas, que havia se apresentado em Morro Redondo, sob o comando de Quincas da Viola – voz, viola, violão, acordeon, percussão teve o seu momento fechado com aplausos do grande público presente.
Barracas de Bebidas e Comidas Típicas e a já famosa Negra do Tatuleiro não faltaram, e foram observados quase mil pessoas presentes, mesmo acotoveladas na rua defronte o prédio do Museu do Tropeiro.Os netos de Olga Vieira Duarte, Aulízia e Victor, voltaram a receber aplausos gerais pelas declamações de poemas de autoria da avó, repetindo o sucesso de Morro Redondo.
Aqui a Prefeitura de Itabira completou uma parte dos acontecimentos de aniversário da cidade, encerrados neste domingo, com a Semana Lítero Drummondiana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário