sábado, 15 de outubro de 2011

Plantas centenárias do Morro Redondo são objetos de pesquisa

Uma matéria que publiquei em minha coluna no Diário de Itabira, a Expressão, sobre as Vellozia gigantea, planta cujo nome popular é canela-de-ema levou a bióloga, Marina Dutra Miranda a vir a pesquisar sobre os locais onde elas ocorrem no município de Itabira. Ela prepara sua dissertação de mestrado sobre a "Modelagem de distribuição potencial e conservação de Vellozia gigantea e Vellozia auriculata na cadeia do Espinhaço". A pesquisadora contou com apoio do biólogo Ubirajara de Oliveira para fazer seus levantamentos.
Os primeiro lugar a ser visitado foi à serra do Bicudo, local citado por mim na matéria do jornal como área de incidência dessa planta. Ao chegarmos lá foi constatado que a espécie de lá não é a canela-de-ema gigante, apesar de ser bem parecida e de ter alguns indivíduos de porte bem grande.
Depois os levei ao Morro Redondo onde tinha certeza que havia a espécie que é objeto da pesquisa. Marina ficou emocionada ao ver algumas Vellozia gigantea com cerca de seis metros de altura. “Tinha informação que elas poderiam chegar a seis metros de altura, mas, nunca tinha visto uma deste porte”, alegou a pesquisadora, que ficou impressionada também com a grossura do tronco de algumas. A encosta leste do Morro Redondo é repleta destas plantas, algumas com centenas de anos, já que elas crescem em média um centímetro por ano.
Depois partimos para uma serra em frente ao Morro Redondo onde também foi registrado a ocorrências  de belos exemplares destas plantas.
Mais abaixo, sentido cachoeira Patrocínio Amaro, nas costas da Serra Velha nos deparamos com mais canelas-de-ema gigantes e também com uma semana triste, várias delas mortas devido à ação predatória do homem. Ubijara chegou até a apelidá-las de “população cotoco”.
Há nativos que cortam os galhos desta planta para usar sua casca para acender fogo, já que a resina dela é inflamável. Provavelmente eles desconhecem que um pedaço de um metro pode ter levado 100 anos para crescer e que a planta não sobrevive se todos os seus galhos forem cortados. Como ela nasce normalmente em terrenos rochosos a raiz é muito superficial o que a leva a desenvolver raízes em alguns galhos na busca de captar água no sereno da noite.
Para finalizar fomos até o canyon dos Marques onde as espécies encontradas também não eram das Vellozia gigantea.
Os estudos de Marina podem contribuir com o Ministério do Meio Ambiente com informações sobre esta espécie que já figurou na lista de plantas em risco de extinção, mas, que hoje esta na “Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados”.

Um comentário:

  1. Outra grande ameça a estas plantas são os incêndios florestais, justamente por terem partes inflamáveis.

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